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Formação de acordes e cifragem

Cifras

Olá pessoal, nessa aula veremos uma forma fácil de entender e saber as notas que fazem parte de cada acorde cifrado e as diferentes nomenclaturas utilizadas pelos diversos estilos musicais.

Para ampliar as imagens (tabelas) clique em cima

Introdução: Para o aprofundamento pleno da cifragem de acordes é fundamental que se tenha assegurado a sua formação em tríades e tétrades e todas as outras variações. De qualquer forma isso não é pré-requisito para saber ler cifra, apenas desejável. Temos que entender que a cifra somente representa uma idéia e expôe de forma simbológica as notas que formam o acorde, é pura definição e padronização. As letras, números e símbolos indicam notas, distâncias em tons e idéias.

Letras: Usamos as letras do alfabeto de A até G para representar cada nota musical.

Acidentes: Usamos o sustenido (#) ou o bemol (b) logo após a letra representativa da nota. O símbolo sustenido indica que a nota está ½ tom acima e o bemol ao contrário indica ½ tom abaixo. Então se temos um Dó na primeira casa (corda 2 ) da guitarra, ½ tom acima estará o Dó#. Da mesma forma se temos um Ré na terceira casa (corda 2), ½ tom abaixo estará o Réb.

Ciframos da seguinte forma:

Dó → C     |     Dó# → C#     |     Ré → D     |     Réb → Db etc…

Então temos a nomenclatura para todas as notas do braço da guitarra:

Tônica: É a nota que dá o nome do acorde representada pela respectiva letra. Um acorde de Dó por exemplo, possui outras notas, mas é o Dó o som mais forte, por isso usamos a letra C para o acorde. No acorde de D (Ré) a tônica é Ré, no acorde de Bb (Sib) a tônica é Sib, e assim por diante.

Tríades maiores, menores, diminutas e aumentadas: A estrutura básica de um acorde consiste no agrupamento de 3 notas musicais. A primeira nota é a referência, será o som mais forte e a chamamos de tônica. As outras duas notas são a Terça e a Quinta nota depois da tônica. Observe a tabela abaixo:

O acorde de terá as notas C, E e G.

O acorde de terá as notas D, F e A.

O acorde de Mi terá as notas E, G e B e assim por diante.

O que vai diferenciar um acorde do outro são as distâncias em tons entre as suas notas e essa distância pode variar de acordo com os sustenidos e bemois.

Se da Tônica até a terça tivermos 2 tons, e da terça até a quinta 1 ½ tom dizemos que o acorde é maior.
Se da Tônica até a terça tivermos 1 ½ tom, e da terça até a quinta 2 tons dizemos que o acorde é menor.
Se da Tônica até a terça tivermos 1 ½ tom, e da terça até a quinta 1 ½ tom dizemos que o acorde é de tríade diminuta.
Se da Tônica até a terça tivermos 2 tons, e da terça até a quinta 2 tons dizemos que o acorde é de tríade aumentada.

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Exemplo: C   |   G   |   F#   |   Bb   etc… __________________________________________________________________________________

Exemplo: Cm   ou   C-   |   Gm   ou   G-   |   F#m   ou   F#- __________________________________________________________________________________

Exemplo: Cm(b5)   |   Gm(b5)   |   F#m(b5)   |   Bbm(b5) __________________________________________________________________________________

Exemplo: C(#5)   ou   C+   |   G(#5)   ou   G+   |   F#(#5)   ou   F#+

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Na prática todo acorde de tríade tem 3 notas diferentes e a distância dessas notas em relação a tônica dependerá do tipo de tríade. Na montagem do acorde na guitarra é muito comum a dobra de uma, duas ou até das três notas do acorde.

T → Tônica do acorde

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Exemplos em Dó.

Para Dó maior usamos a letra C para representar a tônica.

Notas: Tônica Dó + nota 2 tons acima (Mi) + nota 1 ½ tom acima (Sol) → C E G

Cifra: C

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Para Dó menor usamos a letra C para representar a tônica seguida de m ou -.

Notas: Tônica Dó + nota 1 ½ tom acima (Mib) + nota 2 tons acima (Sol) → C Eb G

Cifra: Cm ou C-

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Para Dó tríade diminuta usamos a letra C para representar a tônica seguida de m(b5) ou –(b5) ou –(-5).

Notas: Tônica Dó + nota 1 ½ tom acima (Mib) + nota 1 ½ tom acima (Solb) → C Eb Gb

Cifra: Cm(b5) ou C-(b5) ou C-(-5)

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Para Dó tríade aumentada usamos a letra C para representar a tônica seguida de (#5) ou +.

Notas: Tônica Dó + nota 2 tons acima (Mi) + nota 2 tons acima (Sol#) → C E G#

Cifra: C(#5) ou C+

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Abaixo a tabela dos quatro tipos de acordes de tríade para todas as tônicas, as notas que fazem parte de cada um e as cifragens.

Tétrades: São acordes que possuem 4 notas diferentes sendo essa quarta nota a sétima da tônica. Observe a tabela abaixo:

Essencialmente usamos 3 tipos de sétima na formação de acordes.

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A sétima maior que é a nota situada ½ tom abaixo da tônica. Usamos como representação o 7M mas como alternativa encontramos maj7  ,    Δ   ou mesmo   Δ7. Normalmente quando se usa o símbolo Δ adiciona-se a 9 também.

Exemplo: Adicionar 7M no acorde de C quer dizer incluir a nota que fica ½ tom abaixo, ou seja, Si.

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A sétima menor que é a nota situada 1 tom abaixo da tônica. Usamos como representação o 7.

Exemplo: Adicionar 7 no acorde de C quer dizer incluir a nota que fica 1 tom abaixo, ou seja, Sib.

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A sétima diminuta que é a nota situada 1½ tom abaixo da tônica. Não existe cifragem pra essa sétima já que ela aparece apenas dentro do acorde diminuto (To).

Exemplo: Adicionar a sétima diminuta no acorde de C quer dizer incluir a nota que fica 1½ tom abaixo, ou seja, Sibb. Ao invés de pensar nessa nota como sétima diminuta podemos tratá-la como sexta maior, a nota Lá. Na prática Sibb = Lá.

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Na tabela abaixo você encontrará as notas referentes a cada tipo de sétima das respectivas tônicas:

Então combinando a tabela de tríades com as 3 diferentes sétimas temos:

Por combinação temos 4 tipos de tríade X 3 tipos de sétima, o que resulta em 12 tipos de acordes de tétrade. Na prática usamos apenas 8 desse tipos:

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Tríade maior + Sétima maior → T7M → C7M

Tríade maior + Sétima menor → T7 → C7

Tríade maior + Sétima diminuta → não utilizado, usa-se ao invés T6 → C6 ou Am7 (Am7/C)

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Tríade menor + Sétima maior → Tm7M → Cm7M

Tríade menor + Sétima menor → Tm7 → Cm7

Triade menor + Sétima diminuta → não utilizado, usa-se ao invés Tm6 → Cm6 ou Am7(b5)

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Tríade diminuta + Sétima maior → não utilizado, usa-se ao invés  a sétima como tônica → B/C

Tríade diminuta + Sétima menor → Tm7(b5) = TØ → Cm7(b5) = CØ

Tríade diminuta + Sétima diminuta → Tm6(b5) = TO → Cm6(b5) = CO

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Tríade aumentada + Sétima maior → T7M(#5) → C7M(#5)

Tríade aumentada + Sétima menor → T7(#5) → C7(#5)

Tríade aumentada + Sétima diminuta → não utilizado, usa-se ao invés a sétima como tônica → Am7M

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Tríades e Tétrades: Abaixo temos a tabela com as notas que compõem cada tipo de acorde de tríade ou tétrade.

# – sustenido
b – bemol
– dobrado sustenido
bb – dobrado bemol
x – Acordes não utilizados

O acorde m7(b5) pode ser escrito usando o símbolo Ø, exemplo: Cm7(b5) = CØ

Notas de Tensão Compatível: São notas que não fazem parte da estrutura do acorde e tem a função de promover tensão, no tétrade normalmente ficam 1 tom acima das notas da tríade. A nomenclatura usa números acima de 8 mas a sua disposição dentro do acorde fica a critério do guitarrista. A tensão compatível também pode ser adicionada apenas a tríade.

Exemplo :

Tabela com as tensões por tipo de acorde:

Enarmonia: Quer dizer que uma nota ou acorde tem 2 ou mais nomes. Por exemplo, a nota C# também pode ser chamada de Db.

A nota F# pode ser chamada de Gb.

A nota Bbb pode ser chamada de A.

No caso de acordes temos que levar em conta todas as notas que fazem parte da sua formação. Um acorde de C6 (C E G A) pode ser chamado de Am7 (A C E G) pois possui as mesmas notas.

Cm6 (C Eb G A) = Am7(b5) (A C Eb G)

Co (C Eb Gb A) = Ebo (Eb Gb A C) = Gbo (Gb A C Eb) = Ao (A C Eb Gb)

C2 (C D G) = G4 (G C D)

Acordes suspensos: são os acordes formados pela suspensão da apojatura onde a terça é substituída pela segunda ou pela quarta. Para cifrar basta colocar, após o nome do acorde, o número do intervalo usado para suspender, 2 ou 4. É comum encontrar sus2, sus4 ou até mesmo apenas sus, onde qualquer uma das suspensões é aceita. Os formatos mais comuns estão listados na tabela abaixo:

T2 = Tsus2 = Tsus   →   C2   (C D G) = G4

T4 = Tsus4 = Tsus   →   C4   (C F G) = F2

T7/2 = T7sus2 = T7sus  →   C7/2   (C D G Bb) = Gm/C

T7/4 = T7sus4  = T7sus →   C7/4   (C F G Bb) = Gm7/C

T7/4(9) = T9sus4   →   C7/4(9)   (C D F Bb) = Bb/C

T7/4(b9) →   C7/4(b9)   (C Db F Bb) = Bbm/C

Na tabela abaixo você encontra as notas que fazem parte da formação de cada tipo de acorde suspenso e a enarmonia (alternativa) da cifra:

Tríades ou Tétrades com notas acrescentadas: Pode-se acrescentar qualquer intervalo a tríade ou tétrade e o número utilizado para simbolizar depende do nome da nota e sua distância em tons da tônica. A tabela abaixo faz a relação desses fatores:

O acorde alterado: Esse acorde vem da escala alterada, o sétimo modo da menor melódica. Se pensarmos em cada grau da escala de forma enarmônica teremos um acorde de sétima da dominante com b9, #9, b5 e #5.

Exemplo:  Dbm melódica → Db Eb Fb Gb Ab Bb C

Sétimo modo (alterado) → C Db Eb Fb Gb Ab Bb (mesma escala da acima começando na sétima nota).

Pensando de forma enarmônica:   Eb = D# |   Fb = E |   Ab = G#

Reescrevendo a escala: C Db D# E Gb G# Bb

Fazendo a análise de graus:

Formando o acorde: C + E + Bb = C7 que aceita as tensões (b9, #9, b5, #5)

Então quando temos a cifra C7alt, o símbolo alt se refere a colocar no acorde de C7 qualquer uma das combinações abaixo:

Tabela de Simbologia X Notas: A tabela abaixo indica para cada tipo de símbolo na cifra a respectiva nota levando em conta cada tônica de partida.

Legenda e equivalências:

m → indica que o acorde é menor.

__  → sem a letra m, o acorde é maior.

Quando a cifra não possui o número 5 dizemos que a quinta do acorde é justa, não é necessário acrescentá-la na formação.

Ø = m7(b5) → Acorde meio-diminuto

O = m6(b5) ou m(b5) + sétima diminuta → Acorde diminuto

Quando o acorde possui 2 ou 4, retira-se a terça (menor ou maior) do acorde.

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Exemplo 1 – como usar a tabela acima:

C7(#11) → C é a tônica, indica que o acorde tem como nota forte o Dó.

Não possui m, então o acorde é maior, nota Mi.

Não tem 5 na cifra, então a quinta é justa, nota Sol.

7 → Sib

#11 → Fa#

Notas que compõem o acorde: C E G Bb F#

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Exemplo 2:

Abm7M(9) → Ab é a tônica, indica que o acorde tem como nota forte o Láb.

Possui m, então o acorde é menor, nota Dób.

Não tem 5 na cifra, então a quinta é justa, nota Mib.

7M → G

9 → Bb

Notas que compõem o acorde: Ab Cb Eb G Bb

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Exemplo 3:

F#m7(b5) ou F#Ø F# é a tônica, indica que o acorde tem como nota forte o Fá#.

Possui m, então o acorde é menor, nota Lá.

b5 → C

7 → E

Notas que compõem o acorde: F# A C E

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Exemplo 4:

Do Acorde diminuto, D é a tônica, indica que o acorde tem como nota forte o Ré.

O = m6(b5) ou m(b5) + 7a dim. = Dm6(b5) ou Dm(b5) + 7a dim.

Possui m, então o acorde é menor, nota Fá.

b5 → Ab

6 ou 7a dim. → Cb

Notas que compõem o acorde: D F Ab Cb

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Exemplo 5:

Ebm6(9) Eb é a tônica, indica que o acorde tem como nota forte o Mib.

Possui m, então o acorde é menor, nota Solb.

Não tem 5 na cifra, então a quinta é justa, nota Sib. Como esse acorde possui bastante notas podemos optar em deixar a quinta fora da sua formação.

6 → C

9 → F

Notas que compõem o acorde: Eb Gb Bb(opcional) C F

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Cifragem X Linguagem musical: As notas que compõem um acorde também estão relacionadas ao estilo de música que está sendo executado. Na música popular normalmente formamos o acorde como descrito nas regras de cifragem. Outros estilos como o jazz costumam deixar as harmonizações livres para quem está interpretando. O rock e metal por trabalharem com distorção tendem a reduzir as notas do acorde para o formato de powerchord.

Jazz americano: raramente trabalha com tríade, usa como base o acorde de 4 sons, o tétrade. Não coloca todas as tensões usadas, apenas a última. Então um acorde de C9, possui 7 e 9. Um acorde de C11, possui 7, 9 e 11. Um acorde de C13 possui 7, 9, 11 e 13. Quando quer adicionar apenas uma das tensões usa add.

Outras terminologias:

Add – Adicionar o intervalo indicado, por exemplo, Cadd9 → adicionar a nona ao acorde de C.

Omit – Omitir o intervalo indicado, por exemplo, Comit5 → tirar a quinta do acorde de C.

T5 – Powerchord (Tônica + Quinta), por exemplo, C5 → Possui as notas Dó (T) e Sol (quinta).

T/B – Acorde com baixo trocado, por exemplo, C/G → Acorde de C com baixo G.

O – Acorde diminuto, por exemplo, Co = Cm6(b5) ou Cm(b5) + sétima diminuta.

Ø – Acorde meio-diminuto, por exemplo, CØ = Cm7(b5).

Alt – Alterar a sonoridade do acorde com combinações de quintas e nonas alteradas, por exemplo, C7(b5 b9) ou C7(b5 #9) ou C7(#5 b9) ou C7(#5 #9).

( ) – Usa-se os parênteses para indicar as notas que provocam tensão no acorde.

Símbolo de menos (-) – Muitas vezes o símbolo de menos (-) é usado para substituir o b (bemol).

Aug – usado ao invés de (#5), por exemplo, C(#5) = Caug.

Dim – usado ao invés de o, por exemplo, Co = Cdim.


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