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Montagem de Acordes – Tétrade

Olá, nessa aula vamos aprender como montar os 9 tipos de acordes com sétima ao longo do braço da guitarra, qual a relação de proximidade entre os tétrades, quais são as suas inversões e como arpejá-los. Para um entendimento pleno dessa aula recomendo saber a formação de tríades e tétrades, assunto que trato no texto “Formação de Acordes e Cifragem”.


Introdução: Assim como os acordes de tríade definem através da sua estrutura a função potencial que poderão desempenhar no trecho musical, os tétrades reforçam esse conceito trazendo a inclusão de mais uma nota, a sétima, encurtando a ambiguidade. Um acorde só irá representar com exatidão a escala da qual faz parte quando for usado com todas as suas notas de tensão ou dentro da cadência harmônica, mas o tétrade é a forma estrutural mais completa.


Tipos de Tétrade: Na prática usamos apenas 3 tipos de sétima na montagem dos tétrades…


Como existem 4 tipos de tríade (tríade maior, tríade menor, tríade diminuta, tríade aumentada), multiplicadas por 3 tipos de sétima, resultam em 4 X 3 = 12 acordes de tétrade. Usamos na prática 8 desses tipos pois os outros 4 podem ser reescritos de forma enarmônica. Eles são:

T → Tônica

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Tríade maior

Tríade maior + Sétima maior = T7M ou Tmaj7  ou T∆

Exemplo: Tríade de C (C E G) + sétima maior, nota B = C E G B = C7M ou Cmaj7 ou C∆

Tríade maior + Sétima menor = T7

Exemplo: Tríade de C (C E G) + sétima menor, nota Bb = C E G Bb = C7

Tríade maior + Sétima diminuta = não utilizado pois pode ser reescrito de forma enarmônica.

Exemplo: Tríade de C (C E G) + sétima diminuta, nota Bbb (A) = C E G A = A C E G = Am7

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Tríade menor

Tríade menor + Sétima maior = Tm7M ou Tmmaj7 ou Tm∆

Exemplo: Tríade de Cm (C Eb G) + sétima maior, nota B = C Eb G B = Cm7M ou Cmmaj7 ou Cm∆

Tríade menor + Sétima menor = Tm7

Exemplo: Tríade de Cm (C Eb G) + sétima menor, nota Bb = C Eb G Bb = Cm7

Tríade menor + Sétima diminuta = não utilizado pois pode ser reescrito de forma enarmônica.

Exemplo: Tríade de Cm (C Eb G) + sétima diminuta, nota Bbb (A) = C Eb G A = A C Eb G = Am7(b5)

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Tríade diminuta

Tríade diminuta + Sétima maior = não utilizado pois pode ser reescrito de forma enarmônica. Esse tipo de acorde é uma variação do acorde diminuto To onde a sétima diminuta é substituida pela sétima maior, mas a função do acorde se mantém. Normalmente é escrito como To(7M).

Exemplo: Tríade de Cm(b5) (C Eb Gb) + sétima maior, nota B = C Eb Gb B = Co(7M)

Tríade diminuta + Sétima menor = Tm7(b5) ou TØ (acorde meio diminuto)

Exemplo: Tríade de Cm(b5) (C Eb Gb) + sétima menor, nota Bb = C Eb Gb Bb = Cm7(b5) ou CØ

Tríade diminuta + Sétima diminuta = To (acorde diminuto)

Exemplo: Tríade de Cm(b5) (C Eb Gb) + sétima diminuta, nota Bbb = C Eb Gb Bbb = Co

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Tríade aumentada

Tríade aumentada + Sétima maior = T7M(#5) ou Tmaj7(#5)

Exemplo: Tríade de C(#5) (C E G#) + sétima maior, nota B = C E G# B = C7M(#5) ou Cmaj7(#5)

Tríade aumentada + Sétima menor = T7(#5)

Exemplo: Tríade de C(#5) (C E G#) + sétima menor, nota Bb = C E G# Bb = C7(#5)

Tríade aumentada + Sétima diminuta = não utilizado pois pode ser reescrito de forma enarmônica.

Exemplo: Tríade de C(#5) (C E G#) + sétima diminuta, nota Bbb (A) = C E G# A = A C E G# = Am7M

Observe no quadro abaixo as combinações utilizadas:

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O acorde alterado – é derivado do sétimo grau do campo harmônico menor melódico e é característico por ser um acorde do tipo T7 com combinações de quintas e nonas alteradas.


T7 (b5 b9) |   T7 (b5 #9) |   T7 (#5 b9) |   T7 (#5 #9)


De forma geral as variações com apenas uma das alterações ( T7(#5), T7(b5), T7(b9), T7(#9) ) também são consideradas  como acordes alterados. Nesse caso podemos adicionar mais um tipo de formação aos tétrades, o T7(b5).

Tipos: T7M | T7 | Tm7 | Tm7(b5), TØ | To | Tm7M | T7(#5) | T7M(#5) | T7(b5)

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Montagem: Uma forma prática para descobrir os diferentes shapes de cada tipo de tétrade é escolher uma tônica, definir a terça, quinta e sétima, e posicionar as notas no braço da guitarra.


Tétrade Tm7 – Tônica + Terça menor + Quinta Justa + Sétima Menor

Cm7→ C Eb G Bb

Visualize no desenho abaixo as notas do tétrade de Cm7 colocadas ao longo do braço da guitarra:

Para montar o tétrade bastam as 4 notas da sua formação, a Tônica, a terça, a quinta e a sétima. Independente da inversão (nota mais grave) o acorde será sempre o mesmo.


Formatos de Cm7 sem salto de corda:


Formatos de Cm7 com salto de corda (são apenas os formatos com a separação do polegar da mão direita, mais fáceis de serem executados):


Formatos de Cm7 resultado da soma de formatos anteriores:

Existem ainda um grande número de formatos abertos que não são confortáveis de serem executados de forma harmônica (acorde) mas deverão ser estudados na forma melódica (arpejo):

Relação de proximidade entre os acordes – Ao comparar os 9 tipos de acordes de tétrade podemos facilmente relacioná-los de acordo com as notas que possuem em comum.


3 notas em comum:

Cm7 (C Eb G Bb) tem 3 notas em comum com os acordes de…


2 notas em comum:

Cm7 (C Eb G Bb) tem 2 notas em comum com os acordes de…


1 nota em comum (tônica):

Cm7 (C Eb G Bb) tem 1 nota em comum com o acorde de…


Os formatos com 3 ou 1 nota em comum são os mais proximos pois basta a alteração de uma nota do acorde para transformar a função. Os formatos com 2 notas em comum são os mais distantes. Por exemplo:


Cm7 subindo a terça ½ tom = C7

Cm7 descendo a quinta ½ tom = Cm7(b5)

Cm7 subindo a sétima ½ tom = Cm7M


O acorde de C7M(#5) difere do acorde de Cm7 em 3 notas mas o formato de ambos os acordes são parecidos. Ao tocar um Cm7, mova a tônica ½ tom abaixo, o acorde muda de função formando um B7M(#5). A mesma coisa se aplica no sentido contrário, quando tocar um B7M(#5), mova a tônica ½ tom acima e obterá um Cm7.


Cm7 – C Eb G Bb reduzindo a tônica ½ tom e pensando nas outras notas de forma enarmônica (trocando o nome) = B D# Fx A# = B7M(#5)

Ou

B7M(#5) – B D# Fx A# elevando a tônica ½ tom e pensando nas outras notas de forma enarmônica (trocando o nome) = C Eb G Bb = Cm7

Depois suba o acorde de B7M(#5) ½ tom para obter o C7M(#5).


Observe na tabela abaixo o resumo dessas relações de proximidade:

As relações sinalizadas com cor são aquelas com uma única nota de diferença, ou com 3 diferenças do mesmo tipo (formatos proximos). Os quadros em branco são as relações com formatos distantes.

Usando a tabela para a montagem dos diferentes tétrades…

Use como referência a tabela abaixo.

Para transformar o Cm7 em C7 suba a terça meio tom (+ 1 casa):

Para transformar o Cm7 em C7M suba a terça e a sétima meio tom (+ 1 casa) :

Para transformar o Cm7 em Cm7M suba a sétima meio tom (+ 1 casa):

Para transformar o Cm7 em Cm7(b5) desca a quinta meio tom (- 1 casa):

Para transformar o Cm7 em Co desca a quinta e a sétima meio tom (- 1 casa):

Para transformar o Cm7 em C7(#5) suba a terça e a quinta meio tom (+ 1 casa):

Para transformar o Cm7 em C7(b5) suba a terça meio tom (+ 1 casa) e desca a quinta meio tom:

Para transformar o Cm7 em C7M(#5) suba a terça, quinta e sétima meio tom (+ 1 casa):

Como uma alternativa, ao invés de mover a terça, quinta e sétima meio tom pra cima, mova a tônica meio tom pra baixo gerando um acorde de B7M(#5) e depois desloque o acorde inteiro meio tom pra cima chegando no C7M(#5).

Esse tipo de relação existe também entre outros tétrades:


Formato de Tm7 movendo a tônica ½ tom para baixo→ Formato de T7M(#5)

Formato de T7M(#5) movendo a tônica ½ tom para cima→ Formato de Tm7

Formato de To movendo a tônica ½ tom para baixo→ Formato de T7

Formato de T7 movendo a tônica ½ tom para cima→ Formato de To

Formato de Tm7(b5) movendo a tônica ½ tom para baixo→ Formato de T7M

Formato de T7M movendo a tônica ½ tom para cima→ Formato de Tm7(b5)


É importante modificar cada um dos formatos de Cm7 sugeridos para descobrir todos os desenhos possíveis dos 9 tipos de tétrade.

Assimilação:

Começe memorizando ao menos 5 ou 6 formatos de Cm7 ao longo do braço da guitarra, dessa forma você ganha independência na montagem e conseguirá tocar qualquer tipo de tétrade em qualquer posição no instrumento. Uma forma eficiente é usar um formato do qual já esteja acostumado e a partir de uma nota em comum ir associando novos formatos.

Esse tipo de associação também facilita a aplicação melódica dos tétrades (arpejos).



Clique nos links abaixo para acessar as galerias…

Tétrade com estrutura T7

Tétrade com estrutura T7M

Tétrade com estrutura Tm7(b5)

Tétrade com estrutura To

Tétrade com estrutura Tm7M

Tétrade com estrutura T7(#5)

Tétrade com estrutura T7(b5)

Tétrade com estrutura T7M(#5)


Relação entre o acorde T7(b5) e o acorde To:

Ambos os acordes são simétricos e possuem na sua formação 2 trítonos. Observe:

C7(b5) – C E Gb Bb, trítono entre C-Gb e entre E-Bb. A distância entre os trítonos é simétrica numa relação de 2 tons + 1 tom.



Co – C Eb Gb Bbb, trítono entre C-Gb e entre Eb-Bbb. A distância entre os trítonos é simétrica, sempre 1 ½ tom.



Os formatos desses acordes se repetem ao longo do braço mantendo essa mesma relação simétrica:

T7(b5) a cada 2 tons + 1 tom

To a cada 1 ½ tom


Transposição para outras tônicas Ao mover um acorde ao longo do braço da guitarra mantemos o tipo de acorde mas alteramos a tônica.

Exemplo:

Cm7 movendo o acorde inteiro ½ tom acima→ C#m7

C#m7 movendo o acorde inteiro ½ tom acima→ Dm7

Dm7 movendo o acorde inteiro ½ tom acima→ D#m7 e assim por diante.

Ou ainda…

Cm7 movendo o acorde inteiro ½ tom abaixo→ Bm7

Bm7 movendo o acorde inteiro ½ tom abaixo→ Bbm7

Bbm7 movendo o acorde inteiro ½ tom abaixo→ Am7 e assim por diante.


Deslocando desenhos através das cordas – Quando mantemos o desenho do acorde mas mudamos as cordas em que ele é feito, indo pra cima ou baixo, mudamos a função e tônica do acorde. Isso é interessante pois podemos alterar completamente a função de um acorde sem mudar a forma em que ele é feito, apenas deslocando os dedos pra cima ou para baixo. Observe os 2 exemplos abaixo:

Estude para cada desenho de tétrade esse tipo de modificação, o vocabulário é gigantesco.


Inversões: A inversão de um acorde é a indicação de qual nota está no baixo (nota mais grave). Temos as seguintes inversões:



Na maioria dos arranjos com banda a guitarra pode tocar qualquer formato de tétrade sem levar em consideração a inversão, pois a nota do baixo está sendo tocada pelo baixista. Quando estiver tocando sozinho escolha as inversões de acordo com a linha de baixo que estiver construindo.

Saber as inversões de cada formato ajuda bastante pois define a ordem dos intervalos dentro do acorde (quando não existe salto de corda). As sequências sempre vão ser as mesmas…

Quando o formato do acorde abrange 5 ou mais casas a sequência é linear, independente de qual nota está no baixo:

Para a grande maioria dos formatos as inversões seguem as lógicas abaixo:

Então sabendo a nota do baixo (tipo de inversão) é possível deduzir todos os intervalos dentro do acorde.


Estudo em arpejos – É a aplicação melódica das notas do tétrade, independente da ordem. Da mesma forma que associamos os desenhos dos acordes para completar a visualização ao longo do braço, podemos usar esses formatos para tocar um arpejo de forma não linear, artifício que cria interesse e que une as diferentes regiões.

Exemplo 1:

Exemplo 2:

Exemplo 3:



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