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Diário da Gravação do cd HIGH

Esse diário é o registro da gravação do cd HIGH, o qual foi escrito e pré-arranjado em Londres entre 2011 e 2012. Para ler sobre a pré-produção clique aqui.


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31/01/2013 – Hoje foi o primeiro ensaio com o trio aqui no Brasil para preparar os últimos arranjos pro cd. Marcamos o ensaio no estúdio do Marcos e levei um equipamento básico:

Ensaiamos usando os projetos gravados durante a pré-produção do cd. Tenho todas as partes de guitarra e teclados gravados em projetos do Cubase. Um cabo foi conectado do computador para a mesa de som e dela o sinal foi separado em 2 vias, a primeira para as caixas de retorno com as linhas de playback e a segunda nos fones de ouvido do batera com o metrônomo. Dessa forma conseguimos ensaiar com o arranjo completo – enquanto eu tocava a base os solos rolavam no playback e quando eu tocava os solos, a base era acionada.

Tocamos 3 músicas do cd:

Música 1 (Guitarra Di Castelli´s 1) – com riffs rápidos e compassos quebrados, roupagem mais pesada.

Música 2 (Guitarra Fender) – Uma balada com solos de guitarra limpa. Um dos desafios foi conseguir um timbre limpo e encorpado para os solos e fazer uma transição suave para a distorção. Usei para o clean o boost de volume com o potenciômetro da guitarra pouco aberto (20%), e para a distorção o volume entre 80-100%. No video abaixo mostro um pouco do processo usado no ensaio, onde toco o acompanhamento usando as melodias no backing track.

Música 6 (Guitarra Fender) – Foi uma das mais fáceis para ensaiar já que os arranjos estavam 100% desde que foram definidos quando tocamos no show de Londres. No video abaixo toco a melodia enquanto uso os acordes de acompanhamento e teclados no backing track.

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08/02/2013 – Segundo ensaio antes das gravações, nos mesmos moldes do primeiro ensaio e mais 3 músicas:

Música 7 (Guitarra Fender) – Que já tem nome definido – The Forest. Tem característica progressiva e faço inúmeros efeitos na guitarra tentando simular sons de uma floresta. O primeiro solo de guitarra é feito com um slide (bottleneck) na tentativa de conseguir uma interpretação mais melancólica e cantada. Como disse o Andrey a música é quase um mantra girando em torno de uma única nota (Sol) e ficou muito legal já na primeira tocada.

Música 8 (Guitarra Di Castelli´s 1) – Um funk fusion com bastante troca de escalas e compassos. Foi o grande desafio do ensaio pois a música possui muitos deslocamentos de acento e poliritmia. Passamos riff por riff para limpar cada parte e depois tocamos o tema inúmeras vezes para ganhar pegada.

Música 9 (Guitarra Fender) – A balada mais lenta do cd com uma interpretação complicada. Fui alterando a articulação buscando uma projeção do tema mais bacana. Nos focamos bastante na dinâmica dessa música que é o artifício chave para o funcionamento do tema.

Take do ensaio da música 9:

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13/02/2013 – Terceiro ensaio onde fizemos os arranjos finais para mais 2 músicas:

Música 5 (Guitarra Di Castelli´s 1) – Uma das músicas com maior sobreposição de guitarras onde as vezes a base é mais difícil do que o solo. O arranjo rítmico é construído em alguns dos riffs com a soma de 2 e até mesmo 3 guitarras. Bastante dobra de solos, mudança de andamento e densidade na dinâmica.

Tocamos os riffs separados e limpamos a passagem entre as partes, inclusive todas as convenções. A cada execução fui trocando as linhas de guitarra para poder treinar cada uma das camadas.

Música 3 (Guitarra Di Castelli´s 1) – O segundo fusion do cd com grande número de acordes e bastante mudança de tonalidade. A dinâmica se mostrou a nossa maior preocupação para justificar a transição entre momentos densos e momentos calmos. Também queríamos criar um movimento natural entre as partes jazz e rock da música.

Incluimos no final uma parte nova com um groove mais funkeado e um solo de baixo, resultado de um pouco de jam durante o ensaio.

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14/02/2013 – Quarto e último ensaio antes das gravações. Passamos a única música que faltava e depois uma geral no repertório inteiro do cd:

Música 4 (Guitarra Di Castelli´s 3) – É o som pesado do cd com afinação mais baixa. Ficou muito legal o corpo que a música foi tomando após algumas tocadas. A firmeza na execução foi fazendo o arranjo crescer e ficar cada vez mais pesado.

Ainda sobrou tempo para alguns ajustes finais e adicionar algumas novas idéias, como a sugestão do Andrey de colocar uma divisão africana nas percussões da música 7.

Tivemos também a visita do guitarrista Alvim Ferreira que fará uma participação em uma das músicas do cd. Tocamos algumas das bases para que ele fizesse a escolha.

Ensaios concluídos, amanhã vamos entrar no AML Studios do Alexei Leão e dar início as gravações. Fomos no início da noite para trocar as peles, afinar e montar a bateria. O grande mestre Kennedy da KR Drums veio pra calibrar todo o equipamento e deixou tudo soando perfeito.

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15/02/2013 – Primeiro dia de gravação. Hora de microfonar a bateria inteira e começar a passar o som pra tirar os timbres do cd. O grande desafio foi posicionar todos os microfones para conseguir um bom timbre sem comprometer a tocabilidade.

A configuração ficou assim:

Bateria KR Custom

Pratos Istanbul Mehmet

Tudo microfonado passamos o som de cada uma das peças buscando o som que desse a identidade pro disco. Foram usados 15 canais alinhados com 8 pré-amplificadores.

Tudo acertado foi hora de começar a gravação e a música escolhida foi a Música 1.

O Marcos se mostrou inspirado e quebrou tudo, inclusive colocou um solo de bateria no meio. Depois de algumas horas de trabalho a gravação foi concluída.

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16/02/2013 – Segundo dia de gravação da bateria. Começamos dando uma escutada na gravação da Música 1 para garantir que tinha ficado tudo certo. O take foi muito solido com muitas idéias bacanas, já dá pra ter uma idéia de como a bateria do disco vai soar.

Depois demos uma repassada em cada uma das peças da bateria pra conferir se a afinação continuava estável.

Tudo acertado demos início a gravação da música 3, que é um fusion dividido em 2 partes. A primeira é o tema com os solos, tem estrutura definida com convenções, que foi o foco da gravação de hoje. A segunda parte é um “vamp” em cima de um groove com solos de baixo, guitarra e bateria, a qual a gravação ficou para amanhã.



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17/02/2013 – Terceiro dia de gravação da bateria e demos continuidade na música 3, segunda parte. Esse trecho tem a estrutura de um “vamp”, ou seja, tocamos ao redor de um ciclo harmônico que se repete quase até o final da música. Fomos mudando a densidade da dinâmica, começando num solo de baixo, passando para a guitarra e finalmente chegando na bateria.

Abaixo um video do ensaio com o trecho:

Música pronta, partimos para outro som, a música 6. A atmosfera dessa música é bem diferente do fusion então a abordagem na gravação também foi diferente. Levadas mais simples buscando contraste entre as partes, acentos estratégicos e uma boa evolução na dinâmica. Concluída a música encerramos o dia.



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18/02/2013 – Escolhemos hoje pra gravar a música 8, um outro fusion com característica sincopada e funkeada. O maior desafio foi o deslocamento de levadas com troca de compassos. Algumas passagens são construídas com meio tempo extra atrasando o acento natural do riff.

Confira abaixo o video com o bridge e refrão da música:

Depois optamos gravar a música 5, um rock progressivo com algumas passagens orquestradas, mudanças de clima e estrutura elaborada com inúmeras partes. A música é dividida no meio com um trecho de piano, então demos prioridade para gravar a primeira parte hoje.

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19/02/2013 – Hoje foi uma sessão mais curta dentro do estúdio, a prioridade era acabar a gravação da música 5, completando a segunda parte. A primeira parte desse som é a apresentação do tema com refrão e um pouco de desenvolvimento. Daí a música muda de direção com um trecho orquestrado seguido de uma linha de piano. É onde começa a segunda parte com o desenvolvimento da harmonia e grandes variações rítmicas.

Em um dos trechos decidimos mudar a levada da bateria pra entregar bastante pegada, dessa forma mantendo a energia ao longo das progressões. Isso acontece quase com frequência em processos de gravação, onde boas idéias surgem e alteram o arranjo inicial.

Concluída a parte do desenvolvimento foi só gravar o final, que é um retorno ao tema inicial, mesmo arranjo, mesmas levadas, fechando o ciclo. Encerrada a sessão o Marcos volta pra gravar na sexta-feira, amanhã é dia de começar a registrar as guitarras do cd.

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20/02/2013 – Primeiro dia de gravação das guitarras. Nesse cd vamos tomar uma abordagem diferente do meu cd DEEP, sugestão do produtor Alexei Leão. Cada música irá receber uma timbragem exclusiva de guitarra, o que encaixar melhor no contexto geral. Normalmente o som da guitarra é fixo ao longo de todas as faixas do disco, mas fazendo diferente podemos evidenciar a característica de cada música valorizando cada roupagem.

Escolhi começar pela música 1, que é mais pesada com bastante passagens complexas. Separamos 2 guitarras e quatro amplificadores e testamos todas as combinações possíveis:

Optamos usar um microfone Shure SM57 no cone da caixa de som, mas afastado do centro, proximo da borda. O sinal ainda atravessou um pré-amplificador DBX valvulado com válvulas JJ Tesla pra esquentar o som. Plugamos cada guitarra em cada um dos cabeçotes e fomos alterando os parâmetros como equalizadores, drive, presença, etc… até obter o melhor timbre para a música que seria gravada.

Abaixo o resultado das combinações:

Cada combinação foi gravada em cima da música e feita a devida dobra pra ganhar corpo. Feito isso saímos do estúdio para “zerar” o ouvido e assim poder fazer a escolha as cegas. Escutamos cada guitarra gravada sem saber qual era a combinação, fomos eliminando as que claramente não iriam funcionar e acabamos com 2 opções: Gibson com o Marshall ou Gibson com o Mesa Boogie.

A princípio qualquer uma dessas duas combinações poderia funcionar, mas como o grave com o Mesa Boogie tava um pouco estranho optamos pelo Marshall.

Hora de começar a gravação, fomos mandando riff por riff e fazendo logo em seguida a dobra. Literalmente foi gravar a mesma guitarra base duas vezes, uma para cada caixa do pan, pois assim ganhamos corpo e densidade e removemos a guitarra do centro na mixagem.

Muitas bases tinham ainda uma terceira guitarra base, normalmente mais aguda que as guitarras de referência, e em alguns casos uma quarta guitarra entregando pequenos detalhes.

Assim que tudo foi gravado fizemos uma rápida pré-mixagem com as guitarras guias de solo e escutamos o som inteiro. Take pronto, sessão encerrada.

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21/02/2013 – OFF

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22/02/2013 – Entramos hoje no estúdio para gravar a música mais pesada do cd, a número 4. Depois de conferir e regular as afinações dos tambores da bateria começamos a sessão de gravação. Tudo progrediu normalmente até uma sessão com convenções no meio da música. Uma das levadas da bateria que funcionou bem durante os ensaios parecia não funcionar tão bem na gravação. Tentamos algumas idéias novas até que o Marcos sugeriu deslocar o tempo tocando no contra, coisas de baterista. Uma idéia simples que deu outra cara pra levada trazendo muita energia e continuidade.

Segue abaixo o video com a execução de um dos trechos da música 4:

Terminado esse som decidimos gravar a música 7, chamada de “The Forest”, que tem característica progressiva com algumas levadas quase tribais. A inclusão do surdo de 18” foi natural pra dar mais peso e profundidade. Depois de esticar a pele e afiná-lo o desafio foi achar uma posição que fosse confortável para a execução do rítmo. Foi colocado ao lado da caixa.

Tudo pronto começou a gravação. Para soar de forma natural combinando com a atmosfera da música o Marcos mandou num take inteiro. Repetimos algumas vezes até ter a consistência e interpretação requerida, e a música ficou pronta.

Devemos ainda inserir alguns efeitos de percussão ou alguns complementos rítmicos, mas vamos deixar a gravação da música evoluir um pouco mais para decidir o que é necessário.

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23/02/2013 – OFF

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24/02/2013 – Primeiro dia de gravação dos baixos do cd. Decidimos gravar a música 1 que já tem as guitarras base definitivas, então fomos buscar o timbre de baixo que combinasse com o arranjo do som. Plugamos o baixo nos cabeçotes Orange Terror Bass, Hartke Systems HA5000 e Ampeg SVT Classic. Depois de algumas horas testando, mudando os parâmetros e configurações chegamos na seguinte configuração:

Usamos um microfone na frente do falante e enviamos o sinal de linha também, dessa forma conseguimos um bom ataque com presença e um bom corpo com profundidade. Terminado esse processo começamos a gravação.

Alguns dos arranjos foram adaptados para encaixar melhor com a gravação definitiva da bateria, como pequenas viradas ou acentos em locais específicos. Terminada a gravação escutamos a música inteira e encerramos o dia.




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25/02/2013 – Último dia de gravação das baterias para o cd. Como nos outros dias começamos checando e calibrando a afinação dos tambores da bateria e depois escutamos a gravação da música 7 – “The Forest”. O Marcos decidiu incluir mais uma levada na música para complementar a levada gravada anteriormente criando um efeito um pouco tribal trazendo uma atmosfera mais densa.
Terminada a música partimos para as baladas do cd, primeiro a música 2, mais complexa com trocas de dinâmica. Escutamos a guia da música e discutimos a abordagem de seria usada na execução. Gravamos um bom pedaço do som e tivemos que parar por causa das oscilações na corrente elétrica provocadas pela chuva torrencial que caia lá fora. Tudo estabilizado, voltamos e terminamos a balada.
A última música a ser gravada pro cd foi a música 9, a balada mais lenta. O grande desafio foi definir os padrões das levadas e encaixá-los no contexto do som sem perder a dinâmica. Fizemos takes longos tocando grandes trechos para ganhar contexto e continuidade.
Tudo pronto demos uma escutada geral para nos certificar que tudo estava 100%. Concluída a sessão, terminamos todas as baterias que estarão no album, encerrada a primeira etapa.

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26/02/2013 – Sessão noturna para a gravação das guitarras para finalizar os temas e solos da música 1. Começamos buscando o timbre de guitarra que combinasse com o arranjo final e com o timbre das guitarras base. A primeira tentativa foi com a guitarra Di Castelli’s 1 plugada no Peavey Triple X, mesma combinação que usei no cd DEEP. Funcionou muito bem e foi reservado como uma possibilidade, mas estávamos procurando um som que fosse além dessa referência. Depois tentamos a mesma guitarra no Marshall DSL que gerou um timbre bacana mas faltou equilíbrio nos médios, e no Mesa Boogie Dual R. que só ganhou corpo quando o nível de drive estava maior do que queríamos.

Ficamos então entre o Peavey e o Marshall, foi quando o Xei decidiu dar a última cartada trazendo a Gibson Les Paul Studio com encordoamento 010. Plugada no Marshall se mostrou a combinação perfeita, com corpo e médios bem definidos. Gravamos então boa parte dos solos com essa guitarra.

No meio da música existe uma parte com queda do andamento e um solo lento, decidimos mudar de guitarra e a escolha óbvia foi a Fender American Strato Deluxe. Plugamos no Marshall e o timbre apareceu de imediato, reduzimos o drive cuidando para não perder sustain e ficou pronto para gravar. Terminado o solo concluímos a gravação dessa música.




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27/02/2013 – Hoje o dia foi destinado para gravar algumas das guitarras limpas do cd, principalmente aquelas que ficam atrás dos solos e riffs. Como o timbre facilmente se perde atrás dos arranjos mais cheios decidimos engordar o som usando uma guitarra Semi Acústica, e a escolha foi a Gibson ES 135 com encordoamento 010.

Começamos plugando a guitarra num cabeçote Tremendão 3 e o timbre que surgiu foi bem bacana, mas precisava brilhar um pouco mais, e toda hora que tentávamos abrí-lo o som sujava. Fomos então pra um Fender Bassman, que apesar de entregar um som definido saturava os graves. Depois tentamos o Marshall DSL e o som ficou com o médio muito evidente e “duro”.  Usamos ainda o Mesa Boogie Dual R. e o Ibanez Tube Screamer que mudaram demais as características da Semi Acústica.

Passado todo o processo decidimos voltar e testar todos os amplificadores mudando a posição do microfone de captação, mudando o tipo de microfone e mudando os pré-amplificadores, nada resolveu. Então a única solução foi pensar um pouco fora do convencional e testar outras opções.

Mudamos as caixas tentando combinações novas com os amplificadores, usando 1, 2 e 4 falantes, usamos um cabeçote para baixo, o Ampeg SVT Classic, passamos o sinal através de pedais, até chegar numa solução. Plugamos a guitarra direto no pré-amplificador valvulado da Avalon, era o timbre que estávamos procurando que levou mais de 3 horas para achar.

Feito isso gravamos um pouco da guitarra e saimos do estúdio para “zerar” a referência. Ao voltar e tocar um pouco com o timbre que tinha sido definido foi feita a confirmação que era o som que estávamos procurando.

Começei gravando uns pequenos detalhes de guitarra limpa que faltava para a música 1 e depois gravei a música 3, o fusion. Engatei e gravei ainda a música 7 – “The Forest” e um solo para a música 2.



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28/02/2013 – Dia voltado para gravar todas as bases da música 8, um funk fusion com diferentes texturas. Começamos timbrando a Fender Strato para som limpo e a escolha óbvia foi ligá-la ao cabeçote Fender Bassman de 68. Primeira tentativa e o timbre foi exatamente o que estávamos procurando, aberto, com bastante brilho e um pouco vintage. Mandamos todas as partes de guitarra limpa gravando todas as dobras.

Depois foi a vez da guitarra distorcida para as partes mais funkeadas, então o timbre não poderia ser muito carregado. Continuamos tentando com a guitarra Fender Strato e as possibilidades se reduziram para duas: o cabeçote Orange Tiny Terror ou continuar no Fender Bassman com a adição de um pedal de drive, o Ibanez Tube Screamer TS 808. Gravamos um dos riffs com ambos os timbres, fazendo as devidas dobras para a comparação e finalmente escolhemos manter o Fender Bassman.

Terminada a gravação dos drives leves foi hora de achar um timbre mais encorpado para as partes mais pesadas da música. Foi o processo mais longo da sessão de hoje, onde testamos várias guitarras em vários amplificadores procurando um timbre que tivesse corpo sem saturar demais. Quando combinamos a Gibson Les Paul com o cabeçote Orange Tiny Terror o timbre de imediato se destacou. Foi o que usamos para gravar as guitarras que faltavam.


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01/03/2013 – Sessão de gravação para registrar os baixos da música 8, o funk fusion. O Andrey trouxe um pedal da Digitech, o Envelope Filter, e a idéia era usá-lo em algumas partes da música, só que ele não tinha certeza quais. O Xei sugeriu então para colocá-lo num amplificador adicional e gravar o efeito ligado direto num canal separado, dessa forma poderíamos optar durante o processo de mixagem pelo som puro ou pelo Envelope Filter. A ligação ficou dessa forma:

Feitas as ligações e a passagem do som para checar todos os timbres começamos a gravação. As primeiras partes desse som consistem em deslocamentos da bateria com as guitarras, então a linha do baixo serve como sustentação para a estrutura da música. Usamos essa condição para destacar o instrumento, horas dando o groove, horas inserindo pequenas viradas enriquecendo a levada da bateria.

No restante da música a linha de baixo escolhida pelo Andrey teve construção polirítmica com algumas dobras da guitarra. Foi o que uniu todo o arranjo justificando cada uma das partes.

Abaixo o video de um dos takes da gravação:



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02/03/2013 – OFF – Dia para revisar as partes que ainda faltam serem gravadas.

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03/03/2013 – Começamos hoje um pouco mais tarde e de acordo com o cronograma de gravação era completar os temas e solos da música 8. Como algumas das frases da música eram feitas nas últimas casas da guitarra, as mais agudas, escolhi usar a Di Castelli’s 1 com 24 casas. O primeiro passo foi a busca do timbre certo e escolhemos o cabeçote Marshall DSL, plugamos a guitarra e o timbre veio quase pronto. Coincidência, mas bastaram poucas alterações para achar o som certo pro funk fusion.

Gravando, uma das maiores dificuldades foi entregar a mesma vibe da pré-produção, onde a interpretação contou muito. É uma das músicas mais quebradas do cd com bastante poliritmia, deslocamentos de tempo/acentos e compassos alternados, então o objetivo foi conseguir tocar de forma solta e natural para fazer a música fluir. Ao terminar a sessão completamos mais uma das músicas dos cd, proximo passo é mixá-la.


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04/03/2013 – Dia para gravar todas as guitarras da música 6 incluindo as bases e solos. Essa música é uma balada com várias texturas onde solo com e sem drive e existe uma boa evolução na dinâmica ganhando densidade ao longo do tempo. Começamos procurando o timbre para as guitarras limpas e a direção que nos pareceu óbvia foi usar a Fender Strato no cabeçote Fender Bassman com a caixa 4 x 12 e falantes Jensen. Como na música 8 atingimos em pouco tempo a sonoridade desejada, mas demos um pouco mais de corpo e um final menos agudo se comparada as guitarras limpas usadas no funk fusion.

Gravamos todas as harmonias, fizemos as dobras e adicionamos uma terceira linha em ostinato complementando os acordes e trazendo um pouco de tensão. Depois foi a hora de mudar um pouco o timbre para gravar os solos com um pouco mais de corpo. Alterando o funcionamento da caixa de 8 para 16 ohms ganhamos um pouco mais de headroom distorcendo o som mais tarde e essa configuração se mostrou perfeita para os solos pois respondia muito bem a dinâmica do toque, só saturando um crunch quando eu palhetava forte.

Concluído os solos de guitarra limpa trocamos de guitarra para gravar as poucas bases com drive dessa música. Fizemos uma nova timbragem com a Gibson SG passando pelo Ibanez Tube Screamer TS 808, com o cabeçote Fender Bassman saturando um pouco na saída e a caixa 4 x 12 Jensen.

Por último foi a busca pelo som ideal para os solos e temas com distorção. Voltei a tocar com a Fender Strato mas trocamos o cabeçote Fender que estava soando muito vintage para o cabeçote Marshall DSL. Optamos pelo canal crunch com um pouco de drive mas o resultado final parecia estar carente de sustain e força no agudos. Após tentar mudar a microfonação de posição algumas vezes e mexer um pouco na equalização decidimos mudar de estratégia. Colocamos na cadeia o pedal Tube Screamer fornecendo toda a distorção usando o canal clean do Marshall, ficou perfeito, respondeu muito bem a minha interpretação. Daí foi só terminar de gravar a música.


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05/03/2013 – Escolhi para gravar hoje as bases da maior música do cd HIGH, a número 5, onde o arranjo na maioria dos riffs vem da sobreposição de 2 ou 3 guitarras tocando linhas completamente diferentes. Ouvindo a pré-produção o Xei sugeriu que fosse usado um timbre parecido com o primeiro cd, mas com uma abordagem mais moderna. Como no DEEP as bases foram gravadas com a guitarra Di Castelli’s 1 plugada num Orange Tiny Terror usamos o mesmo caminho, mas para a amplificação uma variação que foi o Orange Dual Terror. Esse cabeçote teve suas válvulas trocadas por Electro-Harmonix conferindo um som menos fuzz, mais aberto e menos vintage, que se mostrou perfeito para esse som, com bastante punch e peso.

Tudo montado e regulado começamos a gravar cada uma das partes da música, fazendo as dobras e todas as sobreposições. Apenas algumas pequenas alterações foram feitas ao longo da sessão de gravação, como num trecho com solo lento, onde os acordes de drive são dissonantes e fechamos um pouco o potenciômetro do volume da guitarra para definir melhor o som.

No final da música também queríamos “puxar” um leve feeedback num dos powerchords que ficava soando e tive que entrar na sala da caixa da guitarra para fazer a realimentação do sinal. Claro, usando a devida proteção nos ouvidos já que o volume era consideravelmente alto.

Terminada a sessão ouvimos a música inteira para ter certeza que todos os arranjos estavam registrados e fizemos o backup de todos os arquivos.


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06/03/2013 – Reservei o dia de hoje para gravar o que restava de guitarras limpas no album, a música 2 e 9. Duas baladas que exigiam um som mais aberto com acordes limpos, típico de Fender, que naturalmente foi a nossa opção. Separamos 3 guitarras:

Começamos a procurar um timbre que tivesse um bom headroom, que só saturasse nas batidas mais fortes. Fomos alternando entre diferentes cabeçotes, inclusive um Vox AD 100 VTH transistorizado, e entre as Fenders. A escolha final ficou com a combinação da Fender Deluxe e o cabeçote Fender Bassman 68, abrindo um pouco com o pré-amp Chandler TG2 Abbey Road Special Edition.

Tudo timbrado gravamos ambas as baladas, fazendo todas as dobras e as sobreposições. Em alguns trechos tivemos que reafinar a guitarra para compensar as oscilações das terças ao longo do braço do instrumento.

Depois foi hora de gravar os trechos com distorção de ambas as baladas. Na música 2 usamos a guitarra Di Castelli’s 1 plugada no Orange Dual Terror, mesma regulagem da base da música 5 com menos drive, um pouco mais aberto. Por último na música 9 reduzimos o drive consideravelmente e abrimos ainda mais o timbre.


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07/03/2013 – Começamos hoje gravando os baixos de duas músicas, a número 6 que já tem todas as guitarras registradas, e a música 7, “The Forest”, que já gravei as guitarras limpas, alguns solos e boa parte dos efeitos de guitarra.

O Andrey usou a configuração de timbre que já estava estabelecida para o album, o baixo Warwick plugado no Ampeg com a caixa 1 x 15, somado ao sinal direto de linha. A maioria dos arranjos de baixo já tinham sido delineados, mas fizemos alguns loops em trechos da música para que o Andrey pudesse improvisar um pouco, e muitas dessas criações foram incorporadas no arranjo final. Terminado o baixo da música 6 mais uma música que ficou pronta.

Depois foi a vez da música 7, “The Forest”, onde o baixo faz uma dobra da bateria num padrão repetitivo, quase uma mantra. Como a linha era simples, com poucas mudanças de nota, e o que importava era a precisão com pegada e peso, o Alexei sugeriu ainda fazermos a dobra de todos os baixos gravados. Então esse foi o processo definitivo, gravar o baixo e depois gravá-lo novamente, em perfeita sincronia, para ganhar estrutura e corpo. Cada um será colocado num dos lados do pan na mix final.

Pra encerrar o dia peguei a Gibson SG, plugamos a guitarra no Marshall e gravamos as bases que faltavam na música 7.


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08/03/2013 – Dividimos a sessão de hoje entre guitarra e baixo. Começamos escutando a música 3 (fusion) e fazendo uma projeção do timbre que seria ideal para as bases de guitarra distorcidas. Acabamos usando a Di Castelli’s 1 plugada no cabeçote Peavey Triple X que, com a quantidade certa de drive no canal crunch, forneceu uma saturação definida e com boa estrutura. Música gravada decidimos partir para a música 7, “The Forest”, e terminar os últimos solos.

Como esse som tem como a principal característica a mudança da textura sonora e a evolução da expressão, decidimos usar a Fender American Stratocaster Reissue 70 com os captadores Lance Sensor, encordoamento 010. O que estávamos procurando era corpo com bastante sustain, já que os solos eram lentos com bends longos. Algumas tentativas e chegamos no timbre usando o cabeçote Marshall DSL e o pedal Ibanez Tube Screamer. Veja abaixo o take da gravação de um dos solos:

Concluidas as guitarras foi a vez de gravar os baixos da música 2, uma balada que cresce gradualmente na dinâmica e termina como um rock. O Andrey foi gravando o arranjo que tinha elaborado para a música e em certa altura o Alexei sugeriu mudar algumas notas. A pequena alteração acabou entregando uma sonoridade nova que deu para o trecho uma nova direção. Não paramos por aí, acabamos elaborando uma linha adicional de baixo acontecendo sobreposta, o que enriqueceu a harmonia com uma serie de harmônicos. Também fizemos uma dobra numa das frases do solo de guitarra com tapping harmonic no baixo. Para finalizar o Andrey gravou no último riff da música um contraponto rítmico com a bateria, o que impulsionou o clima do último solo justificando o auge da música.

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09/03/2013 – OFF – Dia para revisar as partes que ainda faltam serem gravadas.


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10/03/2013 – OFF


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11/03/2013 – Usamos o início dessa sessão de gravação para fazer uma pré-timbragem para os solos da música 9, a balada lenta do album. O que estávamos buscando era bastante sustain sem tanto drive pois como no fraseado da música vários dos slides executados são longos seria uma forma de manter o corpo e definição da melodia, mesmo com as nuances da interpretação. Tentamos as guitarras Fender nos cabeçotes Fender Bassman e Marshall, também tentamos o Pedal TS 808, mas a sonoridade dos captadores single não pareceu o caminho certo.

Mudamos então para a gravação das bases da música 4, a pesada do album com afinação em Db. Usei a Di Castelli’s 3 com encordoamento 011, captadores Di Marzio Evolution. Alguns dias antes tínhamos feito uma pré-timbragem para esse som com o cabeçote Mesa Boogie, e foi dessa referência que partimos.

Alguns pequenos ajustes na quantidade de distorção, posição do microfone, abertura do preamp, e o timbre estava pronto. Gravamos todas as bases e as dobras e fizemos várias sobreposições tocando uma oitava acima. Terminada a música demos por encerradas as bases do disco, tenho apenas alguns solos e temas para gravar. Abaixo um dos trechos da gravação das bases:

Voltamos então para buscar o timbre para a música 9 e usamos dessa vez a Di Castelli’s 1, com captadores humbucker Seymour Duncan JB. O corpo dos captadores duplos se mostraram a solução direta para a sonoridade que tínhamos projetado e bastaram poucas modificações nos parâmetros para chegar no timbre ideal. Usamos o pedal TS 808 plugado no cabeçote Marshall DSL no canal crunch, com um pouco de saturação. Tudo respondendo da forma que deveria foi só gravar a música.

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12/03/2013 – A gravação de hoje foi voltada para fazer os temas e solos da música 2. Essa música tem uma evolução gradual, começa com acordes de guitarra limpa, trecho que gravei usando a Fender Deluxe, e vai crescendo e ganhando drive a cada solo. O Xei deu então uma sugestão interessante que foi de fazer cada solo com uma guitarra diferente e para dessa forma evidenciar ainda mais a característica crescente da música. O primeiro solo eu já tinha gravado com a Gibson ES 135, semi-acústica, então fomos direto para o segundo, e a escolha foi a Fender American Telecaster Custom Shop Reissue ’62 plugada no Marshall DSL.

Proximo solo usamos a Gibson Les Paul que naturalmente já fornece um pouco mais de drive, abrimos um pouco o timbre e gravamos. Aproveitei esse mesmo timbre para gravar um dos solos lentos da música 5. Por último mudamos para a Di Castelli’s 1 com o drive um pouco mais aberto e gravamos o restante da música 2.


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13/03/2013 – Dividimos a sessão de hoje em 2 partes, a primeira para gravar os temas da música 5. Boa parte da melodia tem uma dobra oitava acima, então procuramos um timbre que saturasse bem mas que tivesse os agudos limpos e bem definidos para não embolar. Usamos a Di Castelli’s 1 passando pelo TS 808 plugada na caixa Marshall, combinação essa que tem se mostrado uma boa solução para alguns dos timbres do album.

Gravados os temas partimos para a segunda parte da sessão de hoje que era filmar e editar um video para a música 2.

A idéia era mostrar as guitarras e seus correspondentes timbres usados na gravação da música. Então o Xei sugeriu de fazermos um video onde apareço tocando e interagindo comigo mesmo. Começamos escrevendo um cronograma de filmagem, definindo qual guitarra seria tocada em qual lado, como faríamos as trocas de instrumento e para quais lados eu deveria olhar. Feito isso foi só preparar a câmera, definir os limites de atuação e gravar num take único o video.

Depois fomos direto para o processo de sync e edição do video onde o detalhismo do Xei conferiu um resultado final muito legal. Confira no video abaixo um pedaço desse processo:




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14/03/2013 – Dia exclusivo para a gravação dos baixos da música 5, a mais longa do album. Fizemos um check do timbre do instrumento comparando o som com as gravações anteriores e fazendo pequenos ajustes para equilibrar a sonoridade. Tudo regulado começamos os takes de gravação.

Apesar da complexidade na estrutura desse som, os riffs são simples, então o Andrey optou em usar um arranjo mais direto no baixo entregando bastante pegada e uma excelente interpretação, o que deu corpo e vitalidade.

Numa das mudanças existe a entrada no arranjo de um piano tocando os acordes com uma linha melódica intermitente. Nesse trecho o Andrey gravou mais um baixo fazendo a dobra dessa melodia, que ficou muito interessante.

Terminada a gravação ouvimos a música na íntegra para conferir o resultado. Ainda preciso gravar pequenos detalhes de guitarra e algumas dobras, mas o som tá quase pronto.


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15/03/2013 – Sessão de gravação um pouco menor, começando no final da tarde para gravar os baixos da música 4. Como essa música tem a afinação mais grave, em Db, tivemos que preparar um baixo para tocá-la. O Andrey trouxe um encordoamento mais pesado o qual tentamos colocar no Rickenbacker, mas infelizmente a espessura era demais para encaixar corretamente nas passagens do nut. Então baixamos a afinação do Fender Precision Plus, mas a pegada não ficou legal e o timbre pareceu não combinar bem com a música.

Nova tentativa, baixamos a afinação das quatro primeiras cordas do Warwick e subimos o bordão meio tom, dessa forma equilibrando a tensão para segurar melhor a afinação. Ao plugá-lo no Ampeg o timbre certo veio de primeira, muita pressão e corpo com uma excelente definição. Não tivemos dúvida, seria mais um som gravado com esse baixo incrível.

Nos primeiros riffs da música o Andrey optou dobrar a guitarra, inclusive os bends na base, característica do estilo e que entregou muito punch. No refrão da música colocou um groove reto que deu bastante movimento e trouxe vida para o trecho.

Chegamos no meio da música, uma parte cheia de convenções de base e trocas de compasso. Foi quando o arranjo do baixo brilhou, começando em uníssono com a guitarra e a cada riff ganhando independência, até tocar uma linha completamente diferente no final dessa serie de convenções. Tudo isso fez a sequência ser melhor do que era, trazendo todas as idéias juntas e fazendo o todo evoluir com interesse. Daí foi só terminar de gravar a música.

Alexei Leão, o nosso produtor, calibrando o entusiasmo com café e energético para aguentar as longas jornadas de trabalho.


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16/03/2013 e 17/03/2013– OFF


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18/03/2013 – Entramos no estúdio para gravar as últimas 2 músicas do album. A primeira foi a música 3, outro fusion com característica mais jazzística com uma harmonia mais elaborada.

Veja abaixo o rascunho que o Andrey escreveu para lembrar da harmonia de cada parte:

Após ajeitar o timbre do baixo e tocar a música algumas vezes para aquecer e pegar a “vibe” do som, o Andrey gravou todos os trechos que acompanham o tema. No final da música existe um vamp que começa com um solo de baixo com 32 compassos, que ficou para ser gravado outro dia.

Terminada a gravação da primeira parte do fusion mudamos para a música 9, a balada mais lenta do album. O Andrey optou em usar um baixo fretless, o qual trocou as cordas para obter uma tensão maior e um timbre mais encorpado. Tudo afinado e regulado, fomos em busca do timbre ideal para a música, o que veio rapidamente depois de pequenos ajustes no timbre padrão que usamos para as demais músicas.

Como forma de evidenciar a característica de fretless do baixo o Andrey explorou bastante os slides, os vibratos e os pequenos ornamentos, o que deu uma atmosfera perfeita para a balada. Música pronta, mais uma que vai para ser mixada. A única parte que falta ser gravada é o solo final do fusion e os baixos estarão prontos.




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19/03/2013 – Começamos hoje a mixagem do cd com a música 1.


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20/03/2013 – Dia para gravar a participação do grande guitarrista Wslley Risso fazendo um solo no fusion (música 3). Chegamos no estúdio no final da tarde e o Wslley trouxe o equipamento que usaria para tocar e que iria entregar o seu timbre característico. A guitarra Carvin passando por um pedal Chorus/Boss e um pedal Oitavador/Boss chegando num amplificador valvulado também da Carvin, o Vintage 16.

Equipamento posicionado e microfonado, mandamos o sinal para gravar esquentando com um pré valvulado, e o timbre se mostrou perfeito, com bom corpo e redondo.

Harmonia na mão e a trilha tocando em loop, o Wslley improvisou algumas vezes para se acostumar com o som e logo começamos a gravar.

A cada take muitas idéias fantásticas, sempre trazendo alguma novidade. Finalmente foi difícil escolher o melhor dos takes, separamos alguns, escutamos várias vezes e decidimos manter dois. Na mixagem daremos a cartada final.


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21/03/2013 – Último dia de gravação dos baixos do album HIGH, destinado para terminar a música 3, o fusion jazzístico. Começamos escutando a primeira parte da música que já tinha todas as linhas de baixo registradas, dessa forma fomos entrando no clima do som. Depois foi hora de trabalhar na segunda parte, o trecho em “vamp” que fica girando em torno de 2 harmonias. O Andrey começou fazendo uma linha de baixo que deu o groove, mudando um pouco sua construção com a mudança dos acordes. Essa parte funcionou como estruturação do que viria ser o solo dele, quase como uma base.

Tudo feito e alinhado o Xei selecionou o trecho e colocou em loop para que o Andrey pudesse solar livremente em cima. Algumas passadas e ele foi se familiarizando com as trocas na harmonia e algumas ideias começaram a se tornar recorrentes. É como se um tema fosse aos poucos se estruturando.

Pra não perder a “vibe do acaso”, começamos a gravar os takes de improvisação, que hora usavam elementos que vinham sendo definidos, hora eram espontâneos. Algumas passadas depois foi só escolher o melhor e o solo estava gravado. Com isso concluimos a gravação do baixo.


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22/03/2013 – Entrei no estúdio no final da tarde para terminar a gravação das guitarras. Começamos inserindo alguns detalhes que faltavam na música 5 como pequenas frases usando fade in de volume, dobras fazendo contraponto melódico e alguns efeitos. Usei o mesmo timbre que tinha sido usado para gravar os solos fazendo algumas alterações quando necessário. Tudo pronto demos uma escutada na música para certificar que todas as linhas tinham sido gravadas e estavam posicionadas.

Segunda música foi o fusion jazzístico que ainda precisava dos temas. Começei tocando com a guitarra Di Castelli’s e logo notamos que não seria o timbre para essa música. Algumas tentativas e acabamos definindo a Fender Telecaster, daí foi ajustar o drive e começar a gravar. Take finalizado voltamos para escutar e achei a primeira parte do tema um pouco agressivo para o arranjo, a guitarra estava com força além da conta, parecia over. Foi nessa hora que o Marcelo Moreira deu a brilhante ideia de mudarmos completamente a concepção da intro e gravar com a Gibson Semi Acústica, eliminando os bends e fazendo algumas partes em oitava. Colocamos um pouco de drive para abrir o timbre e empurrar o som, toquei um pouco para definir a interpretação e gravei. Escutamos e o resultado ficou perfeito, grande sacada do Marcelo.

Partimos então para a última música do album, a pesada com afinação em Db. Usamos para o timbre da guitarra a mesma concepção da base apenas equilibrando os agudos e ajustando a distorção. Daí foi só gravar os temas e solos e encerrar a sessão.

Tudo registrado, proxima etapa é mixar e masterizar cada música do album.

Comemorando com o Alexei Leão e o Marcelo Moreira a conclusão das gravações:




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Equipamento de guitarra usado na gravação do album HIGH:





Na tabela abaixo a relação dos equipamentos X músicas:

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26/03/2013 – Chegada em Londres, proxima etapa é terminar todas as mixagens.

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