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Aprendendo Guitarra (Parte 2) – Como ler Cifras

Olá pessoal, nessa aula vamos aprender o que é cifra, como fazer a leitura e montagem dos acordes na guitarra/violão e algumas dicas para aprimorar o desempenho na troca de acordes.

É interessante para o aproveitamente pleno desse texto o conhecimento das partes da guitarra e das notas musicais no braço do instrumento.

Aprendendo Guitarra (Parte 1) – As Partes da Guitarra

Notas no braço da guitarra


O que é cifra? É uma representação gráfica do formato do acorde no braço da guitarra/violão. Ilustra quais dedos serão utilizados em quais cordas e casas. Também indica quais cordas deverão ser tocadas com a mão direita.

A guitarra/violão possui 6 cordas que são representadas no desenho da cifra por 6 linhas verticais, onde a corda 6 é a mais grossa e a corda 1 a mais fina. Observe na imagem abaixo:

Quando olhamos a guitarra de frente, exatamente como no fotografia acima, a corda mais grossa (sexta corda – Mi) fica na esquerda do instrumento. Na cifra a posição é a mesma representada pela linha vertical na extremidade esquerda. Por consequência a corda mais fina (primeira corda – Mi) estará na extremidade direita do instrumento e da cifra.

As casas são representadas da mesma maneira, a primeira fica em cima, seguida pela segunda casa, terceira, quarta e quinta:


Mão Esquerda: Cada dedo da mão esquerda (os que pressionam as cordas) receberá um número:


Note que essa regra se aplica aos guitarristas destros. Os canhotos que tocam com o instrumento invertido devem também pensar de forma invertida, onde a mão direita pressiona as cordas e a mão esquerda faz a “batida” (rítmo, dedilhado).

Agora observe a cifra abaixo, exemplo 1:

Existem 2 números indicados que representam os dedos que deverão pressionar as cordas. O número 1 corresponde ao dedo indicador, que está na linha 5, ou seja, na quinta corda (vizinha da corda mais grossa), na segunda casa. O dedo 2 corresponde ao dedo médio, que está na linha 4, ou seja, quarta corda, logo abaixo da quinta corda, também na segunda casa.

Faça a comparação com a foto abaixo (Imagem 1):




Exemplo 2:

Existem 3 números indicados que representam os dedos que deverão pressionar as cordas. O número 1 corresponde ao dedo indicador, que está na linha 3, ou seja, na terceira corda, na segunda casa. O dedo 2 corresponde ao dedo médio, que está na linha 1, ou seja, primeira corda, a mais fina, também na segunda casa. O número 3 corresponde ao dedo anular, que está na linha 2, ou seja, na segunda corda, mas na terceira casa.

Faça a comparação com a foto abaixo (Imagem 2):




Exemplo 3:

Existem 4 números indicados que representam os dedos que deverão pressionar as cordas. O número 1 corresponde ao dedo indicador, que está na linha 5, ou seja, na quinta corda, na segunda casa. O dedo 2 corresponde ao dedo médio, que está na linha 6, ou seja, sexta corda, a mais grossa, na terceira casa. O número 3 corresponde ao dedo anular, que está na linha 2, ou seja, na segunda corda, na terceira casa. E finalmente o número 4, que corresponde ao dedo mínimo, corda 1 (mais fina), casa 3.

Faça a comparação com a foto abaixo (Imagem 3):


Pestana – É quando um dedo, normalmente o indicador, pressiona mais de uma corda. É representada na cifra por uma seta horizontal. Coloque o dedo deitado e aplique a força na região inferior garantindo assim que todas as cordas serão pressionadas.

Faça a comparação com a foto abaixo (Imagem 4):


Mão Direita: Poderá tocar o acorde de diversas maneiras, usando…


O que define a quantidade de cordas e quais cordas serão tocadas com a mão direita é a marcação com “bolinhas” na parte de baixo da cifra. Aquelas que estiverem cheias indicam as cordas a serem tocadas, observe:

Exemplo 1:

Note que as “bolinhas” referentes as cordas 1, 2, 3 e 4 estão preenchidas, isso quer dizer que a mão direita deverá tocar as 4 primeiras cordas da guitarra e evitar tocar a quinta e a sexta (mais grossa).

Exemplo 2:

No exemplo 2 todas as “bolinhas” estão preenchidas, isso quer dizer que todas as cordas deverão ser tocadas com a mão direita. Agora, a forma como serão tocadas vai depender da música e da interpretação que o músico quer entregar na sua execução musical. Podem ser tocadas num único movimento da mão direita de cima para baixo, ou cada corda pode ser tocada separada numa ordem aleatória em sequência, ou ainda serem tocadas várias vezes obedecendo um rítmo particular.


Juntando as mãos:

Exemplo 1:

Mão esquerda: Dedo 1 (indicador), na quinta corda, casa 2. Dedo 2 (médio), na quarta corda, casa 2.

Mão direita: Como todas as “bolinhas” estão preenchidas, toque todas as cordas.


Exemplo 2:

Mão esquerda: Parecido com o acorde anterior – Dedo 1 (indicador), na quarta corda, casa 2. Dedo 2 (médio), na terceira corda, casa 2.

Mão direita: A única “bolinha” que não está preenchida é a da sexta corda (mais grossa), que deverá ser a única corda evitada, todas as outras são tocadas.


Exemplo 3:

Mão esquerda: Dedo 1 (indicador), na terceira corda, casa 2. Dedo 2 (médio), na primeira corda (mais fina), casa 2. Dedo 3 (anular), na segunda corda, casa 3.

Mão direita: As “bolinhas” das cordas 1, 2, 3 e 4 estão preenchidas, então são essas as cordas que deverão ser tocadas.


Exemplo 4:

Mão esquerda: Todos os dedos na casa 3. Dedo 1 na corda 6 (mais grossa), dedo 2 na corda 4, dedo 3 na corda 3, dedo 4 (mínimo) na corda 2.

Mão direita: As cordas 1 (mais fina) e 5 não deverão ser tocadas. É comum usar vários dedos da mão direita para executar esse tipo de acorde, observe na imagem abaixo (Imagem 5):

Outra forma de executar o acorde do exemplo acima é usar, ao invés de 4 dedos da mão esquerda, apenas um, o indicador fazendo uma pestana:

Uma maneira alternativa e comum para especificar as cordas que não deverão ser tocadas com a mão direita é o uso do símbolo X no lugar da “bolinha” em branco. Observe para o exemplo anterior essa variação:


Acordes que vão além das 5 primeiras casas: Usa-se um número na esquerda da cifra indicando a casa correspondente. Por exemplo, se o número for 6 a casa ao lado será a sexta. Por consequência, a casa anterior será a quinta e a posterior será a sétima:


Exemplo 2:


Dicas para aprimorar a montagem de acordes e a transição entre os diferentes tipos:


Dica 1 – Procure posicionar cada dedo de cada vez, observando se a posição e a postura estão corretas, mas sem exercer força. Só pressione assim que todos os dedos estiverem posicionados com a postura equilibrada e relaxada.

Dica 2 – Limite o uso da força. Para fazer a nota soar não é necessário o uso excessivo de energia. Quando isso ocorre normalmente estamos tentando compensar o erro de postura com excesso de força. Procure montar o acorde da melhor forma possível, evitando encostar em mais de uma corda, tocando com a ponta dos dedos.

Dica 3 – Na passagem de um acorde para outro verifique quais dedos permanecem no mesmo lugar, só mova os dedos necessários. Observe na mudança abaixo:

Ao mudar do acorde de Dó Maior (C) para o acorde de Lá Menor (Am) apenas um dedo se move, o dedo 3 (anular). Mantenha os outros dedos nas mesmas posições.

Exemplo 2:

Na mudança do acorde de Ré Menor (Dm) para o de Sol Maior (G) um dos dedos permanece (dedo 3 em vermelho). As vezes isso é difícil de visualizar, por isso procure verificar a movimentação de cada dedo separadamente.

Dica 4 – Preparação. No exemplo anterior vimos a mudança do acorde de Dm para o de G. No primeiro acorde não usamos o dedo 4, mas esse deverá ser posicionado proximo a primeira corda, casa 3, pois será usado no segundo acorde, o acorde de G. Esse tipo de antecipação na movimentação chamamos de preparação.

Dica 5 – Dedo guia. Observe a mudança entre os dois acordes abaixo:

Apesar do dedo 3 se mover ele permanece na mesma corda, então é interessante durante a movimentação continuar “sentindo” a corda como forma de manter a referência. Esse tipo de movimento chamamos de dedo guia.

Dica 6 – Quando o mesmo tipo de agrupamento de dedos ocorre no acorde seguinte, o que facilita a movimentação é o apoio de um dedo no outro (mantê-los encostados). Observe:

No acorde de Mi Menor (Em) usamos os dedos 1 e 2. Como forma de ganhar “força” podemos encostar um dedo no outro e manter esse apoio enquanto mudamos para o acorde seguinte.

Dica 7 – Uma boa forma de aprender a dosar a quantidade correta de força exercida na execução de uma acorde é eliminar toda a tensão até o ponto em que você apenas sinta as cordas, sem pressionar. Depois procure tocar a mão direita e pressionar os dedos da mão esquerda simultaneamente, buscando achar um ponto de equilíbrio onde a força exercida é apenas suficiente para fazer o acorde soar, nada além disso.

Dica 8 – A montagem dinâmica de um acorde exige que você conheça o seu formato de imediato, de cabeça. Uma boa forma de praticar isso é montar o acorde, depois levantar a mão esquerda sem movimentar os dedos, mantendo o formato do acorde. A cada tentativa procure afastar ainda mais a mão e assim que colocá-la de volta no braço do instrumento articule a mão direita.

Dica 9 – É normal quando estamos aprendendo os primeiros acordes colocarmos cada dedo de uma vez. Como tocamos a mão direita na maioria das vezes de cima para baixo procure montar os acordes da mesma forma, colocando primeiro os dedos das cordas graves em direção as agudas, da sexta (mais grossa), para a primeira (mais fina).

Dica 10 – Você não precisa obedecer a risca os dedos sugeridos pela cifra pois cada música é diferente, então a troca vai depender do acorde seguinte. Use os dedos que achar mais convenientes, observe:

Se o acorde de Mi Menor (Em) fosse feito com os dedos 2 e 3 a troca para o acorde de Lá Menor (Am) seria mais dinâmica e fácil.

Dica 11 – Nos acordes com pestana procure posicionar todos os dedos primeiro e apenas colocar a pestana no final da montagem. Dessa forma fica mais fácil colocar os dedos de forma correta e ainda forçamos a pestana a entrar de frente, sem virar a mão.


Nomes dos acordes: Usa-se as letras de A até G para representar cada uma das notas musicais.


Quando a letra é seguida de um “m” minúsculo dizemos que o acorde é menor, quando esse “m” não aparece o acorde é maior. Por exemplo:

Em – Letra “E” que corresponde a nota Mi seguida de um “m” minúsculo, então o acorde é chamado de Mi menor.

F – Letra “F” que corresponde a nota Fá, o acorde é chamado de Fá maior pois não tem “m” minúsculo.

G – Letra “G” que corresponde a nota Sol, o acorde é chamado de Sol maior.

Bm – Letra “B” que corresponde a nota Si seguida de um “m” minúsculo, então o acorde é chamado de Si menor.


Outros símbolos:

# – Sustenido

b – Bemól

Exemplos:

F#m – Chamado de acorde de Fá (F) sustenido (#) menor (m).

Gb – Chamado de acorde de Sol (G) bemól (b) maior (ausência do m).


Números: são notas acrescentadas a formação do acorde, usa-se a palavra “com”. Veja abaixo as mais usadas…

Exemplos:

Cm7 – Chamado de acorde de Dó (C) menor (m) “com” sétima menor (7).

Abm7M – Chamado de acorde de Lá (A) bemól (b) menor (m) “com” sétima maior (7M).

C6 – Chamado de acorde de Dó (C) maior (ausência do m) “com” sexta maior.


Para aprender a nomenclatura completa das cifras leia as aulas:

Cifras – As diferentes simbologias

Formação de acordes e cifragem


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