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Escalas – Conceito e estudo

Nosso ouvido ocidental usa e reconhece 12 diferentes notas musicais as quais damos o nome de escala cromática (aquela que possui todas as notas). Dela podemos criar outras escalas, que seriam reduções da escala cromática, cada qual com sua sonoridade característica:

O conceito de sonoridade e qualidade é subjetivo e amplo. Listo abaixo algumas definições abrangentes:


5 notas – Pentatônicas. São escalas com pouca força tonal, tem sonoridade cíclica sem muita abertura. Tem fácil assimilação mas podem ser usadas em contextos modais, outside e atonais.

Penta menor 7 a mais popular de todas, é a redução da escala maior com a retirada de seu trítono (tensão). Bastante estável e consonante. Saiba +

Penta menor 6 Cria a som modal dórico, bastante comum no blues e rock. Pode soar dissonante com a ênfase direta de seu trítono.

Penta maior 7 Em acordes dominantes soa tonal mas pode ser usada em outros contextos, como no Blues (tonal blues) ou modal – mixolídio.


6 notas – Tons inteiros, aumentada. Tem como característica a simetria que gera tensão sem perder a referência (ponto de partida e ponto de chegada).


7 notas – Diatônica (maior), menores harmônica e melódica. Formam a tonalidade e estão interligadas. A presença do trítono possibilita a elaboração de contraste, tensão e resolução. São escalas que geram movimento e interesse.

Diatônica (Escala Maior) Nossa primeira referência tonal e a escala mais comum. É a base de nossa música. A ênfase no sexto grau cria o som menor da relativa.

Menor Harmônica Expansão do conceito menor e da tentativa de aproximar o tom menor ao maior. Pode soar em certas circunstâncias oriental.

Menor Melódica O elo unindo os tons maiores e menores.


8 notas – Diminuta, Be Bop. Escalas para criar contraste usando pequenas passagens de tensão elevada e gerando muito movimento.


12 notas – Cromática. A aproximação cromática enfatiza notas fixas da tonalidade ou da tensão.

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Lembro que esse conceito é contemporâneo, já que dentro da história da música a primeira escala foi a pentatônica (5 notas). Temos essas duas posturas: historicamente fomos agregando novos sons e aceitando, com o passar do tempo, escalas com 6, 7, 8 notas. Hoje podemos pensar ao contrário, no todo da escala cromática e reduzí-la em prol de outras sonoridades.

Fica a frase: “Uma escala é característica pelas notas que possui e ao mesmo tempo pelas notas que não possui”.

É preciso compreender que nossa música esta entrelaçada ao conformismo da sonoridade que criamos. Aprendemos a escutar as diferentes escalas e com elas criamos nosso conceito musical. A fuga desse conforto é atributo do contemporâneo e sua tentativa de tirar nosso ouvido das raízes do século 18. Muito se fez mas pouco se popularizou, nossas regras ainda são aquelas plantadas pelos gregos, regadas pelo barroco, adubadas pelo clássico e colhidas pelo romântico.

O novo está na velocidade de trânsito dentro das sonoridades que conhecemos e a mistura de seus atributos.  É brincar com os conceitos que solidificamos e sutilmente distorcer as expectativas. É ter o chão de nossa história e suas escalas, e o céu das novas possibilidades. Entender o uso da ferramenta e buscar suas novas utilidades.

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Escalas e sua importância: todo o conceito de tonalidade está ligado ao afastamento e aproximação de uma sonoridade fixa, atribuida a uma escala. Quando falamos do tom de Do maior, nos referimos a escala de Do maior. Claro que tonalidade vai muito além do uso da escala, mas ela fornece o ponto de partida, é objeto de comparação. Usamos como referência para entender o diferente, para sentir o movimento no afastamento e nos contentar com a beleza de sua resolução.


Patterns: existem muitas formas de tocar as escalas no braço de instrumento, chamamos os desenhos de patterns (padrões). Eles são criados através da combinação de possibilidades matemáticas. Definimos um objetivo para o desenho e distribuimos as notas para atender isso. Podemos buscar patterns:

1 – Simétricos: aqueles que mantem seu shape nas diferentes oitavas.

2 – Número fixo de notas por corda: como forma de facilitar a palhetada.

3 – Poucas casas: facilitando a visualização da escala no braço.

E muitas outras formas. Um pattern pode se adaptar mais a uma técnica específica ou até mesmo a um estilo de música. Aqueles muito abertos, que exigem alongamento dos dedos, se adaptam muito bem com tappings. Os simétricos são ótimos para execuções em velocidade e os que usam poucas casas facilitam as passagens harmônicas com muitas mudanças de escala.

Cada escala possui dezenas de patterns diferentes. Escolha dentro das possibilidades alguns desses patterns que combinem com sua forma de tocar e que pareçam fáceis de serem executados.  Explore regiões diferentes do braço e associe com patterns de arpejos e outras escalas.


Como estudar: Memorizando o shape e usando-o em inúmeros contextos.

Improvisando→ Usando a escala em cima de uma harmonia e criando melodias.

Compondo→ Fazendo riffs, solos, melodias temas, pequenas viradas e detalhes, arranjos.

Divisão rítmica→ Tocando a escala com todas as células rítmicas possíveis.

Divisão melódica→ Quebrando a linearidade da escala, tocando de trás para frente, pulando notas, criando agrupamentos sonoros lógicos, explorando as possibilidades.

Solfejando→ Cantando as notas da escala para interiorizar seu som.

Origem e aplicação→ Conhecer a origem, o uso e os contextos da escala alvo.

Entendendo: Conhecer todos os atributos da escala e poder resgatar sua sonoridade em momento estratégico. A escala é uma ferramenta que fornece um tipo de sonoridade – saber manipular isso é vital para o músico compositor e improvisador.


Visite a Biblioteca dos Shapes de Escalas e Arpejos

Leia as aulas: Escalas Musicais (Parte 1) e (Parte 2).


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